NUTRICIONISTA CLÍNICA E ESPORTIVA - CRN8-4971

45.9132-6101 | 45.9132-6101

COMER INTUITIVO

Comer intuitivo (CI), é uma linda proposta que tem como objetivo auxiliar as pessoas a melhorarem sua relação com a nutrição e estilo de vida saudável, onde o indivíduo mantem uma sintonia com a comida, a mente e o corpo. Esta recomendação baseia-se em 3 pilares:

- Permissão incondicional para comer;

- Comer para atender necessidades fisiológicas e não emocionais;

- Apoiar-se nos sinais internos de fome e saciedade para determinar o que, quanto e quando comer.

Além dos três pilares, podemos citar 9 princípios básicos que objetivam conduzir um indivíduo a normalizar sua relação com a comida. Seguem abaixo:

1- Rejeitar a mentalidade de dieta. Rejeitar o ato de “estar de dieta” é fundamental para comer de maneira intuitiva. Dietas desregulam as funções de fome, apetite e saciedade, causam ganho e reganho de peso, aumentam a susceptibilidade aos exageros e compulsões alimentares. Jogar fora os livros, revistas e informações sobre dietas e calorias e outras “medidas” que oferecem uma falsa esperança de perder peso de forma rápida, fácil. A proposta do CI troca, portanto, rigidez por flexibilidade, culpa por prazer e satisfação e propõe que os indivíduos sejam responsáveis por sua alimentação de forma flexível e harmônica, e não rígida e controladora.

2- Honrar a fome e sentir a saciedade. Para honrar a fome, é preciso ter horários padronizados e perceber os sinais de fome (perda de energia, desatenção, dor de cabeça, “ronco na barriga”). É importante evitar ficar faminto, pois os sinais físicos neste momento estão tão intensos que haverá dificuldade em identificar o que se quer comer e/ou quando está saciado. Muitos indivíduos se querem emagrecer, consideram que não podem se sentir satisfeitos, já que a ideia de “emagrecimento” associada a sofrimento e “passar fome” é senso comum na mentalidade de dieta, porém é preciso descontruir esse mito. Sentir a saciedade envolve aprender a escutar os sinais internos do corpo de que a fome já foi atendida e entender o que é estar confortavelmente saciado. Aumentar a atenção ao comer e a consciência ajuda a identificar a saciedade: comer sem distrações, ter foco na refeição, fazer pausas para avaliar o sabor e o paladar, perceber os sinais físicos e praticar um “começar a parar” (ou desacelerar) durante a refeição.

3- Fazer as pazes com a comida. Permitir-se comer de maneira incondicional não quer dizer comer sem nenhum critério para fazer suas escolhas, mas que se deva incentivar perguntas como: “eu realmente quero comer macarrão?”; “eu vou curtir uma torta de morango ou uma salada de frutas agora?”; “me sinto seguro para comer sem culpa e comer pela experiência e ver como se sente fisicamente?”. Nesse sentido, a permissão incondicional para comer deve considerar o que realmente a pessoa gosta de comer. Fazer as pazes com a comida e acabar com as “tabelas mentais” (livrar-se das dietas, regras etc.) permitem perceber as sensações do corpo quando se come o que se deseja.

4- Desafiar o policial alimentar. O policial alimentar é como se houvesse alguem de plantão avaliando se as “regras” determinadas pela mentalidade de dieta estão ou não sendo cumpridas e muitos se deparam com o policial externo – amigos, família e profissionais de saúde radicais que atuam como juízes para garantir o cumprimento das “leis”. As crenças irracionais e os pensamentos disfuncionais, como os pensamentos dicotômicos – tudo ou nada (comer uma barra grande de chocolate ou privar-se dele) –, pensamentos absolutistas – (“preciso comer tudo certo nos próximos meses caso queira emagrecer para o casamento”) –, pensamentos pessimistas – (“eu nunca vou ser magro”; “eu sou um fracasso”) – e pensamentos lineares – (“preciso perder 1 kg por semana durante 10 semanas”), precisam ser identificados e substituídos por pensamentos racionais.

5- Descobrir o fator de satisfação. Satisfação é o prazer que advém da realização do que se espera ealguns alimentos nos deixam satisfeitos por mais tempo (demoramos mais a sentir fome e pensar em comida) e é preciso aprender a encontrar também satisfação por meio da comida – não apenas usá-la para “matar” a fome e se nutrir. A importância de descobrir a satisfação, é que quando ela é considerada (e satisfeita), inclusive, come-se menos.

6- Lidar com as emoções sem usar comida. A conexão entre comida, emoções e comportamentos é, em geral, muito forte e complexa. É fácil concluir isso quando se observa que: preparar comida para alguém é uma maneira de demonstrar amor; receber comida nos faz sentir amados. Não somos imunes às emoções em nosso jeito de comer – nem devemos! . Uma relação de desequilíbrio ocorre quando a comida é usada para “tapar buracos” emocionais, ou lidar com problemas que nada têm a ver com ela como ansiedade, solidão, tristeza, raiva e muitos outros sentimentos acontecerão durante a vida toda. A comida não “conserta” nem “resolve” esses sentimentos, pode apenas distrair, anestesiar ou mudar o foco. Mas, no fim, até piora o problema. Recomenda-se que, nessas situações, faça-se a pergunta: isso é fome fisiológica? Se sim, deve-se honrá-la. Se perceber que o uso da comida está relacionado a distração ou conforto, deve-se buscar então outras distrações e outros confortos. Criar opções alternativas à busca da comida por razões emocionais também é útil, estas devem ser acessíveis e disponíveis (por exemplo, banho, música, aula de ioga, meditação, comprar flores, ir ao cinema). Porém, quando não conseguir evitar o comer emocional, deve-se olhar a experiência como um aprendizado e não como uma falha.

7- Respeitar seu corpo. Infelizmente, o que predomina hoje é a insatisfação corporal, considerada uma questão praticamente unânime – sobretudo entre as mulheres. Respeitar o corpo começa com o fato de aceitar a genética e aprender a abandonar a ideia de que o corpo é maleável. É muito difícil rejeitar a mentalidade de dieta quando se é muito crítico com relação a forma e tamanho corpo – quando se acredita que “tem algo a ser mudado e que pode melhorar algo primeiro para eu estar feliz”. É preciso apreciar as partes do corpo de que gosta em vez de evidenciar as de que não gosta. Deve-se pontuar que somos passíveis de mudança, que é possível alterarmos nosso peso e composição corporal e que ele não precisa ficar como está; mas que não é preciso perder peso para poder passar um creme ou receber uma massagem, usar uma roupa que gosta, sair, se divertir e se amar.

8- Exercitar-se – sentindo a diferença O CI postula que o foco do exercício físico deve ser como fonte de bem-estar corporal e não para queimar calorias. Para isso, é preciso buscar atividades prazerosas, incluindo as formais e também as não formais (como parar o carro mais longe, subir escada, fazer faxina etc.).

9- Honrar a saúde – praticar uma “nutrição gentil” Os conceitos, diretrizes e necessidades nutricionais não deixam de estar contemplados no CI. No entanto, a proposta é que as escolhas sejam feitas de forma a honrar a saúde e o paladar, fazendo com que as pessoas se sintam bem. Isso que é chamado em CI de “nutrição gentil”. : Praticar a nutrição gentil é exatamente o contrário do “nutricionismo”, da nutrição terrorista, do nutricionista policial.

A saúde integral do ser humano necessita de uma conexão saudável entre corpo, mente e espírito! Sua alimentação é única e precisa levar em consideração suas individualidades.

Portato, busque o seu melhor!

Autoras: Rafaela Eloisa Konzen Stuepp e Carina Trevisan

Fonte: ALVARENGA, M. et. Al . Nutrição Comportamental; Editora Manole, 2015.

Fale Conosco

  •    Av. Paraná, 1319 - Centro - Foz
  •    (45) 9132-6101
  •    (45) 3527-7066
  •    (45) 9132-6101
  •    Entrar em Contato

Receba Dicas

Coloque abaixo seu nome e email !